- CONSULTÓRIO -
- 07 -
DECLARAÇÃO -
Eram 9 horas da manhã daquele dia
normal, quando dona Amanda Beraldo, em companhia da mãe da criança, Dalva Lopes
e da sua irmã, Walquíria Beraldo, conhecida por Sorvetinho, com seu afiliado ao
colo, cujo nome estava a decidir em ser Ciro, deu entrada no Consultório do
médico Haroldo Fonseca, um pediatra, e de um chute, abriu a porta sem se
incomodar com o aviso da atente de que estava com outro paciente.
Atendente
--- Hei! Espere! Tem gente do
Consultório! – Declarou alarmada
De repente, Amanda Beraldo,
enfermeira, deu de cara com o médico e foi logo em cima querendo uma Declaração
de Nascido Vivo para certificado e poder levar a criança ao Cartório de
Registro Civil.
Amanda:
--- Logo. Mecha-se. – argumentou
com ira.
Fonseca
--- Espere. A Maternidade é quem
dá. Eu, não. – Se encolheu o pediatra.
Amanda
Ah é? Deu o de Lourdes? – Falou
brava
Fonseca:
--- Espere. Espere. Com licença
aos senhores. Eu atendo já! Mas espere. E a Maternidade? – Indagou com pleno
susto
Amanda:
--- Não teve Maternidade. O
senhor foi quem fez o parto! Logo! Avie! – Alertou a enfermeira.
Fonseca:
--- Mas eu não faço parto. É a
maternidade. E se possível até um médico do SUS. – Comentou alarmado metido na
sua cadeira com fera acuada.
Amanda
--- A questão é que somente havia
o senhor na ocasião. Como o caso de Lourdes, lembra? – Confirmando um caso
havido entre o médico de uma amante.
Fonseca:
--- Com os diabos. Lá vem a
senhora. Está bem. Eu faço. Mas não diga mais esse nome. – Pegou caneta e
papel.
Amanda
--- Assim é que se fala. Nome:
Dalva Lopes. Menino. Ciro. E o resto é o blablabá. – Ficou em pé e batendo o
sapato sem alegria.
Tremendo como vara, suando por
todos os poros, o médico indagou quem era a mãe. Ele precisaria conhecer, pelo
menos agora, uma vez que “pegou a criança” da parturiente.
Fonseca
--- Quem é das duas? – Indagou
trêmulo
Amanda
--- Essa! A outra e a sua
ex-noiva. Lembra? Lembra nada. Isso ele também esqueceu. – Comentou com voz
firme
Fonseca:
--- Ah Sei. Como vai Antônia? –
Dirigiu-se a ex-noiva
Amanda
--- Não é Antônia. É Walquíria. Chupe.
Mas não troque o nome. Ô homem garanhão. Nossa! – Disse a mulher.
Fonseca
--- Ah sim Walquíria. Está grande.
– E entregou o papel de nascimento da criança
Amanda
--- Dou-te uma bofetada se me
disser de novo um nome que não é o dela! Viu? Garanhão! – Disse a moça a
agarrar o papel. E ainda se voltou mandando o médico assinar, pois tinha
esquecido de tal
Amanda
--- Assine! – Falou brava.
Depois, saiu Amanda, do
consultório do médico dando adeus os pacientes a esperar a vez e um beijo para
atendente, dizendo:
Amanda
--- Cuide-se. Se não seja mãe
barriga de aluguel. – Sorriu
Após esse curto espaço de tempo,
as mulheres entraram em um cartório de Registo Civil de Pessoas Naturais para
fazer o necessário. Gente demais, àquela hora da manhã. A enfermeira empurrou a
portinhola e procuro um alguém conhecido e pediu urgência no atendimento. O
tabelião conferia Amanda Beraldo e disse que de agora em diante é exigido um
documento de desconhecer o paradeiro do pai ou se esse morreu e mesmo de
molestou a vítima
Tabelião
--- Disse ela pretende não falar.
Desconhece um assunto. Quer apenas o registro de pessoas naturais. Filho sem
pai. Desconhecido. – Informou
Amanda
--- Eu não posso ser. Tem que
haver um pai? – Indagou lamentando
Tabelião
--- De preferência – declarou
Amanda
--- Mas o “bicho” sumiu e ela não
quer botar o nome do cafajeste. – Dialogou.
Tabelião
--- Mesmo assim, ela o
desconhece? – Afirmou
Amanda
--- Não quer ouvir fala na
“peste”! – Foi o que falou
Tabelião
--- Ela tem um advogado? – Quis
saber
Amanda
--- Das brenhas? Só se for. No mato
não tem isso. Ela me procurou por não saber o que fazer. Então, eu vim a você.
– Afirmou
Tabelião.
--- Está bem. Vou abrir uma
exceção. Mas, por favor, não diga nada por aí afora. –
Amanda
--- Está bem. Justo e Perfeito.
Não direi. Eu nem a “conheço”. – Disse a moça com sorrisos.
Após uma hora de espera a Amanda
Beraldo foi chamada ao setor e despacho para a mãe da criança assinar a
documentação de que o homem era desconhecido e só havia a mãe de verdade àquela
hora. Duas testemunhas assinaram o livro e Dalva efetuou o pagamento, saindo as
quatro pessoas, inclusive a criança para o seu lar de José Afrânio Beraldo,
onde fizeram todos a refeição do almoço. Conversas e gargalhadas e José Afrânio
ainda ditou algo de surpresa.
Zequinha
--- A parteira estava bem perto
de dona Dalva. – Sorriu
Amanda
--- Quem? –
Dalva
--- Como o senhor sabe disso? –
Ficou surpresa.
Zequinha
--- Ora, ora! Para mim, não
guardo surpresa. – Sorriu o ancião
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