quarta-feira, 10 de junho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 07 -

- CONSULTÓRIO -
- 07 -
DECLARAÇÃO -

Eram 9 horas da manhã daquele dia normal, quando dona Amanda Beraldo, em companhia da mãe da criança, Dalva Lopes e da sua irmã, Walquíria Beraldo, conhecida por Sorvetinho, com seu afiliado ao colo, cujo nome estava a decidir em ser Ciro, deu entrada no Consultório do médico Haroldo Fonseca, um pediatra, e de um chute, abriu a porta sem se incomodar com o aviso da atente de que estava com outro paciente.
Atendente
--- Hei! Espere! Tem gente do Consultório! – Declarou alarmada
De repente, Amanda Beraldo, enfermeira, deu de cara com o médico e foi logo em cima querendo uma Declaração de Nascido Vivo para certificado e poder levar a criança ao Cartório de Registro Civil.
Amanda:
--- Logo. Mecha-se. – argumentou com ira.
Fonseca
--- Espere. A Maternidade é quem dá. Eu, não. – Se encolheu o pediatra.
Amanda
Ah é? Deu o de Lourdes? – Falou brava
Fonseca:
--- Espere. Espere. Com licença aos senhores. Eu atendo já! Mas espere. E a Maternidade? – Indagou com pleno susto
Amanda:
--- Não teve Maternidade. O senhor foi quem fez o parto! Logo! Avie! – Alertou a enfermeira.
Fonseca:
--- Mas eu não faço parto. É a maternidade. E se possível até um médico do SUS. – Comentou alarmado metido na sua cadeira com fera acuada.
Amanda
--- A questão é que somente havia o senhor na ocasião. Como o caso de Lourdes, lembra? – Confirmando um caso havido entre o médico de uma amante.
Fonseca:
--- Com os diabos. Lá vem a senhora. Está bem. Eu faço. Mas não diga mais esse nome. – Pegou caneta e papel.
Amanda
--- Assim é que se fala. Nome: Dalva Lopes. Menino. Ciro. E o resto é o blablabá. – Ficou em pé e batendo o sapato sem alegria.
Tremendo como vara, suando por todos os poros, o médico indagou quem era a mãe. Ele precisaria conhecer, pelo menos agora, uma vez que “pegou a criança” da parturiente.
Fonseca
--- Quem é das duas? – Indagou trêmulo
Amanda
--- Essa! A outra e a sua ex-noiva. Lembra? Lembra nada. Isso ele também esqueceu. – Comentou com voz firme
Fonseca:
--- Ah Sei. Como vai Antônia? – Dirigiu-se a ex-noiva
Amanda
--- Não é Antônia. É Walquíria. Chupe. Mas não troque o nome. Ô homem garanhão. Nossa! – Disse a mulher.
Fonseca
--- Ah sim Walquíria. Está grande. – E entregou o papel de nascimento da criança
Amanda
--- Dou-te uma bofetada se me disser de novo um nome que não é o dela! Viu? Garanhão! – Disse a moça a agarrar o papel. E ainda se voltou mandando o médico assinar, pois tinha esquecido de tal
Amanda
--- Assine! – Falou brava.
Depois, saiu Amanda, do consultório do médico dando adeus os pacientes a esperar a vez e um beijo para atendente, dizendo:
Amanda
--- Cuide-se. Se não seja mãe barriga de aluguel. – Sorriu
Após esse curto espaço de tempo, as mulheres entraram em um cartório de Registo Civil de Pessoas Naturais para fazer o necessário. Gente demais, àquela hora da manhã. A enfermeira empurrou a portinhola e procuro um alguém conhecido e pediu urgência no atendimento. O tabelião conferia Amanda Beraldo e disse que de agora em diante é exigido um documento de desconhecer o paradeiro do pai ou se esse morreu e mesmo de molestou a vítima
Tabelião
--- Disse ela pretende não falar. Desconhece um assunto. Quer apenas o registro de pessoas naturais. Filho sem pai. Desconhecido. – Informou
Amanda
--- Eu não posso ser. Tem que haver um pai? – Indagou lamentando
Tabelião
--- De preferência – declarou
Amanda
--- Mas o “bicho” sumiu e ela não quer botar o nome do cafajeste. – Dialogou.
Tabelião
--- Mesmo assim, ela o desconhece? – Afirmou
Amanda
--- Não quer ouvir fala na “peste”! – Foi o que falou
Tabelião
--- Ela tem um advogado? – Quis saber
Amanda
--- Das brenhas? Só se for. No mato não tem isso. Ela me procurou por não saber o que fazer. Então, eu vim a você. – Afirmou
Tabelião.
--- Está bem. Vou abrir uma exceção. Mas, por favor, não diga nada por aí afora. –
Amanda
--- Está bem. Justo e Perfeito. Não direi. Eu nem a “conheço”. – Disse a moça com sorrisos.
Após uma hora de espera a Amanda Beraldo foi chamada ao setor e despacho para a mãe da criança assinar a documentação de que o homem era desconhecido e só havia a mãe de verdade àquela hora. Duas testemunhas assinaram o livro e Dalva efetuou o pagamento, saindo as quatro pessoas, inclusive a criança para o seu lar de José Afrânio Beraldo, onde fizeram todos a refeição do almoço. Conversas e gargalhadas e José Afrânio ainda ditou algo de surpresa.
Zequinha
--- A parteira estava bem perto de dona Dalva. – Sorriu
Amanda
--- Quem? –
Dalva
--- Como o senhor sabe disso? – Ficou surpresa.
Zequinha
--- Ora, ora! Para mim, não guardo surpresa. – Sorriu o ancião


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