sexta-feira, 19 de junho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 18 -

- HOSPITAL -
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HOSPITAL -

Após exaustiva canseira, a mulher, Noêmia, se pôs no carro, no banco de trás, onde ficou a gemer pelas dores sentidas na perna castigada pela doença a lhe acometer. Com ela, o filho. Ele amparava a mãe e pedia calma. Noêmia perguntou dos pacotes e o menino disse estar tudo arrumado. Roupas simples, atadura da perna, as gotas da erva Janaúba e coisa que a servisse quando estivesse no Hospital.
José
--- Está tudo aqui, mãe. – Respondeu o garoto.
Noêmia
--- O Hospital é longe? Dona Dalva, a senhora está cuidando de uma morta! – Declarou a mulher a chorar
Dalva
--- Que morta! A senhora viverá muito tempo. Essa perna ficará curada. A senhora verá! – Respondeu com cuidado.
Noêmia
--- O inchaço. O ferimento. Ai meu Deus! – Reclamava com insistência.
E o carro se movia a plena velocidade com a mulher Dalva Lopes com o desejo de chegar o mais cedo possível. Carros cruzava à frente com atrapalho geral. Gente na rua. Cabras, bodes, cachorros, esses a latir sem causa nem motivos. O sol começava a aquecer. No carro, o ar condicionado para fazer maior ventilação. Uma mosca pousou na roupa limpa de Noêmia e fez a mulher tomar maiores cuidados.
José
--- Sai, mosca. Sai! – Falava o garoto espantando o inseto.
Dalva
--- Inseto? Aí? Vou parar o carro para tirar de dentro! Que coisa! – E Dalva parou o veículo no acostamento para retirar com maior cuidado o inseto.
Posta a ação, Dalva com uma flanela a acoitar o inseto até a mosca sair, enfim, tomou a direção correndo ainda mais para chegar a tempo no Hospital, Dalva pouco falava com a paciente. Ela poderia ter pedido uma ambulância, mas não teve tempo para chamar tal carro de socorro. Dalva, por um momento, pensou no assunto, porém esqueceu por completo. Após quase uma hora de trajeto, o Hospital se mostrou à frente do auto para a alegria completa da madona. E ela pronunciou.
Dalva
--- Chegamos! Espere-me aqui. Volto logo. – Falou com pressa.
José
--- Que casarão! – Disse o garoto a se espantar com o Hospital.
Noêmia:
--- Deixa disso, menino. É apenas um Hospital. – Falava gemendo.
Alguns minutos passados, dois maqueiros surgiram apressados seguidos da doutora Dalva Lopes a ordenar levar a paciente para o quarto de primeira uma vez ser aquela enferma especial a cargo do doutor Marcelo Orta, esmerado especialista em enfermidades crônicas. De repente, os maqueiros, com bastante cuidado, retiraram a enferma e colocaram deitada com suficiente na maca e enveredaram de porta a dentro com tremenda rapidez e outros enfermeiros abriram as portas para os maqueiros conseguirem passar sem a menor preocupação. Em seguida, corriam a doutora Dalva e o garoto José, esse sem saber para onde ir, passando por entre médicos e enfermeiros ouvindo apenas a doutora declarar
Dalva
--- Para o doutor Orta. – E não sorria.
Orta era um especialista de grande fama e todos os médicos o respeitavam por seu calibre de homem sisudo e compenetrado quando estava em serviço ou mesmo em outros afazeres. Médicos passavam ligeiro para alguma outra atividade. Os corredores estavam como sempre, aparentemente vagos. Porém pacientes estavam entre cobertas asseadas e todas mostravam sua brancura. Não se ouvir nenhuma voz, por certo. Tudo era silêncio. Apenas os veículos de pronto socorro faziam ruídos com seu buzinaço alarmantes. Dalva Lopes após alguns minutos, chegou até à suíte onde estava agasalhada a senhora Noêmia e ouviu as reclamações da mulher falando que estava tudo em sigilo e indagou:
Noêmia
--- O menino. Onde está? – Perguntou de forma como se fosse forçada.
Dalva:
--- Ele vai ficar comigo, em minha casa. Tem uma enfermeira para cuidar da senhora o dia todo. Afirmou com voz suave.
Noêmia
--- Mas a senhora disse que ele ficava comigo! – Falou assombrada.
Dalva
--- Sim. Depois do médico ele vira. – Falou a murmúrio
Noêmia
--- Eu não fico aqui sozinha. – Disse querendo falar um pouco mais alto.
Dalva
--- Não fica. Tenha calma. A enfermeira está aqui. E eu. Eu também vou ficar. Acalme-se. – fez esse dengo a enferma.
Noêmia
--- Eu quero meu filho! – Chorou a mulher.
Dalva;
--- Eu vou trazê-lo. Um instante. Fique calma. – Alertou a doutora.
E de imediato, saiu. Fez um sinal para enfermeira não deixar a mulher sair do leito. A enfermeira respondeu.
Enfermeira
--- Pode deixar. Ela se tranquiliza em instantes. Eu faço um soro na veia.
Dalva
--- Isso. Isso. O médico chega logo. Espere. – Disse baixo a mulher.
Um enfermeiro chegou de imediato não fazendo ruído e auscultou a enferma e anotou tudo na tabuleta. Em seguida fez uma aplicação de soro. A paciente espantada, perguntou.
Noêmia
--- O que é isso? – Retendo o músculo.
Enfermeiro:
--- Medicamento. O médico vai ver a senhora em instantes. – Disse o enfermeiro.
Noêmia
--- Vocês querem me matar. – Falou a mulher a chorar.
Enfermeira.
--- Que é isso. Aqui a gente salva quem está carente. A senhora vai ficar curada. Acalme-se. - falou com um sorriso nos lábios.
Logo após esse medicamento a senhora Noêmia se sentiu sonolenta e querendo adormecer. No soro havia um componente a mais para fazer a paciente adormecer. O seu quadro febril não apontava anormalidade. Uma auxiliar veio saber se seria necessário se lhe tirar as vestes. O enfermeiro recomendou um pouco mais de espera.
Enfermeiro
--- Deixe o doutor verificar o estado da paciente. – Dialogou.
Com um pouco de tempo a mulher Noêmia adormeceu. E a auxiliar a viu de próximo.
Assistente:
--- Ela adormeceu. Pode-se tirar esse curativo mal lavado? – Indagou.
Enfermeiro
--- Deixa o médico falar. Ele já está na sala?   - Perguntou
Assistente
--- E eu sei? Como vou saber? Não passo lá! – Falou

O enfermeiro sorriu e saiu apressado. 

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