- HOSPITAL -
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HOSPITAL -
Após exaustiva canseira, a
mulher, Noêmia, se pôs no carro, no banco de trás, onde ficou a gemer pelas
dores sentidas na perna castigada pela doença a lhe acometer. Com ela, o filho.
Ele amparava a mãe e pedia calma. Noêmia perguntou dos pacotes e o menino disse
estar tudo arrumado. Roupas simples, atadura da perna, as gotas da erva Janaúba
e coisa que a servisse quando estivesse no Hospital.
José
--- Está tudo aqui, mãe. – Respondeu
o garoto.
Noêmia
--- O Hospital é longe? Dona
Dalva, a senhora está cuidando de uma morta! – Declarou a mulher a chorar
Dalva
--- Que morta! A senhora viverá
muito tempo. Essa perna ficará curada. A senhora verá! – Respondeu com cuidado.
Noêmia
--- O inchaço. O ferimento. Ai
meu Deus! – Reclamava com insistência.
E o carro se movia a plena
velocidade com a mulher Dalva Lopes com o desejo de chegar o mais cedo
possível. Carros cruzava à frente com atrapalho geral. Gente na rua. Cabras,
bodes, cachorros, esses a latir sem causa nem motivos. O sol começava a
aquecer. No carro, o ar condicionado para fazer maior ventilação. Uma mosca
pousou na roupa limpa de Noêmia e fez a mulher tomar maiores cuidados.
José
--- Sai, mosca. Sai! – Falava o
garoto espantando o inseto.
Dalva
--- Inseto? Aí? Vou parar o carro
para tirar de dentro! Que coisa! – E Dalva parou o veículo no acostamento para
retirar com maior cuidado o inseto.
Posta a ação, Dalva com uma
flanela a acoitar o inseto até a mosca sair, enfim, tomou a direção correndo
ainda mais para chegar a tempo no Hospital, Dalva pouco falava com a paciente.
Ela poderia ter pedido uma ambulância, mas não teve tempo para chamar tal carro
de socorro. Dalva, por um momento, pensou no assunto, porém esqueceu por
completo. Após quase uma hora de trajeto, o Hospital se mostrou à frente do
auto para a alegria completa da madona. E ela pronunciou.
Dalva
--- Chegamos! Espere-me aqui.
Volto logo. – Falou com pressa.
José
--- Que casarão! – Disse o garoto
a se espantar com o Hospital.
Noêmia:
--- Deixa disso, menino. É apenas
um Hospital. – Falava gemendo.
Alguns minutos passados, dois
maqueiros surgiram apressados seguidos da doutora Dalva Lopes a ordenar levar a
paciente para o quarto de primeira uma vez ser aquela enferma especial a cargo
do doutor Marcelo Orta, esmerado especialista em enfermidades crônicas. De
repente, os maqueiros, com bastante cuidado, retiraram a enferma e colocaram
deitada com suficiente na maca e enveredaram de porta a dentro com tremenda
rapidez e outros enfermeiros abriram as portas para os maqueiros conseguirem
passar sem a menor preocupação. Em seguida, corriam a doutora Dalva e o garoto
José, esse sem saber para onde ir, passando por entre médicos e enfermeiros
ouvindo apenas a doutora declarar
Dalva
--- Para o doutor Orta. – E não
sorria.
Orta era um especialista de
grande fama e todos os médicos o respeitavam por seu calibre de homem sisudo e
compenetrado quando estava em serviço ou mesmo em outros afazeres. Médicos
passavam ligeiro para alguma outra atividade. Os corredores estavam como sempre,
aparentemente vagos. Porém pacientes estavam entre cobertas asseadas e todas
mostravam sua brancura. Não se ouvir nenhuma voz, por certo. Tudo era silêncio.
Apenas os veículos de pronto socorro faziam ruídos com seu buzinaço alarmantes.
Dalva Lopes após alguns minutos, chegou até à suíte onde estava agasalhada a
senhora Noêmia e ouviu as reclamações da mulher falando que estava tudo em
sigilo e indagou:
Noêmia
--- O menino. Onde está? –
Perguntou de forma como se fosse forçada.
Dalva:
--- Ele vai ficar comigo, em
minha casa. Tem uma enfermeira para cuidar da senhora o dia todo. Afirmou com
voz suave.
Noêmia
--- Mas a senhora disse que ele
ficava comigo! – Falou assombrada.
Dalva
--- Sim. Depois do médico ele
vira. – Falou a murmúrio
Noêmia
--- Eu não fico aqui sozinha. –
Disse querendo falar um pouco mais alto.
Dalva
--- Não fica. Tenha calma. A
enfermeira está aqui. E eu. Eu também vou ficar. Acalme-se. – fez esse dengo a
enferma.
Noêmia
--- Eu quero meu filho! – Chorou
a mulher.
Dalva;
--- Eu vou trazê-lo. Um instante.
Fique calma. – Alertou a doutora.
E de imediato, saiu. Fez um sinal
para enfermeira não deixar a mulher sair do leito. A enfermeira respondeu.
Enfermeira
--- Pode deixar. Ela se
tranquiliza em instantes. Eu faço um soro na veia.
Dalva
--- Isso. Isso. O médico chega
logo. Espere. – Disse baixo a mulher.
Um enfermeiro chegou de imediato
não fazendo ruído e auscultou a enferma e anotou tudo na tabuleta. Em seguida
fez uma aplicação de soro. A paciente espantada, perguntou.
Noêmia
--- O que é isso? – Retendo o
músculo.
Enfermeiro:
--- Medicamento. O médico vai ver
a senhora em instantes. – Disse o enfermeiro.
Noêmia
--- Vocês querem me matar. –
Falou a mulher a chorar.
Enfermeira.
--- Que é isso. Aqui a gente
salva quem está carente. A senhora vai ficar curada. Acalme-se. - falou com um
sorriso nos lábios.
Logo após esse medicamento a
senhora Noêmia se sentiu sonolenta e querendo adormecer. No soro havia um
componente a mais para fazer a paciente adormecer. O seu quadro febril não
apontava anormalidade. Uma auxiliar veio saber se seria necessário se lhe tirar
as vestes. O enfermeiro recomendou um pouco mais de espera.
Enfermeiro
--- Deixe o doutor verificar o
estado da paciente. – Dialogou.
Com um pouco de tempo a mulher
Noêmia adormeceu. E a auxiliar a viu de próximo.
Assistente:
--- Ela adormeceu. Pode-se tirar
esse curativo mal lavado? – Indagou.
Enfermeiro
--- Deixa o médico falar. Ele já
está na sala? - Perguntou
Assistente
--- E eu sei? Como vou saber? Não
passo lá! – Falou
O enfermeiro sorriu e saiu apressado.
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