terça-feira, 16 de junho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 15 -

- PRAIA DESERTA -
- 15 -
DESESPERO
De repente, dentro de um minuto, chegou a jovem moça Sorvetinho com um guardanapo à mãe e chegou com muita pressa a acudir a dona Dalva Lopes tratando de retirar o restante das formigas cuja missão era chegar até os soltos cabelos da mulher. Assustada por demais, Dalva segurou o menino Ciro enquanto a moça afugentava o restante das formigas com o seu pequeno guardanapo batendo por todos os lados, mesmo se não houve mais nenhum inseto daquela espécie. De rósea passou a ser amarela com o susto levado pelo seu todo corpo por causa dos insetos truculentos. O garoto José Patrício ficou a observar a cena e não levantou questões de imediato. Ao se passar alguns minutos, o garoto falou com paciência.
José
--- O melhor remédio é cravo. – Relatou.
Dalva
--- Cravo? Onde vou achar cravo aqui? – Indagou com mágoa.
José
--- Aqui, não sei. Mas a minha avó tem cravo. – Dissertou.
Sorvetinho:
--- E onde mora a sua avó? – Indagou impressionada.
José:
--- Lá. Depois das dunas! – E apontou a distância a seguir.
Sorvetinho
--- É longe? – Indagou curiosa.
José
--- Não. Nem é perto nem longe. Atravessando as dunas se chega lá. – Completou.
Sorvetinho
--- Ah. É distante! E se acabaram as formigas. Pronto! – E a moça trancou a cara.
José:
--- A senhora já foi lá? – Indagou
Sorvetinho:
--- Não. Mais é distante. E a gente já vai embora. – Discutiu abusada
José
---- Então pronto. – Calou.  
Dalva:
--- Menino! Você já foi à Capital? – Indagou curiosa.
José
--- Não. É muito longe. – Respondeu.
Dalva
--- Tá vendo? É como aqui. Nós não conhecemos o caminho! – Relatou
José
--- Mas eu estou aqui e posso ensinar. – Disse o garoto.
Dalva:
--- Ah bom. Deixa para outro dia. O sol está quente. E nós vamos embora daqui há pouco. Discorreu.
José
--- Sabe o que é isso? – Perguntou
Dalva
--- Isso o que? – Quis saber.
José:
--- Preguiça. – Respondeu.
E Sorvetinho soltou uma bruta gargalhada. Aquela ela não esperava. Sorriu tanto chega se urinou na roupa de banho.
Dalva
--- Para com isso! Ora! – Disse a mulher meio enfurecida.
A moça saiu correndo para se meter na água do mar e tirar a quentura do seu corpo então logo após retornou ainda assim sorrindo. Ao chegar, viu logo a mulher com cara amarga por tanto passar vexame desmanchando o semirreboque e colocando tudo na mala. Então, a moça quis saber.
Sorvetinho
--- Já vai? – Indagou surpresa.
Dalva
--- Sim. Na casa do menino. Ele me forçou. – Respondeu abusada.
Sorvetinho
--- O que você fez, José? – Perguntou estranhado.
José
--- Eu, nada! Só estou aqui, parado. Ela foi quem decidiu ir conhecer a minha mãe. – Falou sério.
Sorvetinho
--- Verdade? – Quis saber de Dalva.
E Dalva respondeu com muito mau gosto a indagação formulada.
Dalva:
--- Não sei. Vamos! – Disse angustiada a mulher.
José
--- E quem disse que eu quero ir? – Perguntou a sorrir.
Dalva
--- Ah. Não vai? Então vou embora. Abusado! Preguiça! Droga! – Acabou de arrumar na mala o semirreboque.
Sorvetinho sorriu por ver cumprida a missão. Os quatro ocupantes do veículo seguiam para o lado das dunas até alcançar o casebre do garoto já todo desarrumado. Na frente, um toco de pau. Sentada, uma senhora idosa a fumar cachimbo com uma cara de quem fazia uma pergunta a qualquer um. E tinha um alpendre de palha onde fazia sombra na entrada do rancho. Mais algumas cabanas ao longo daquilo chamado de rua. Meninos olhavam para o carro que se aproximava da frente da choupana de taipa e palha. Um homem de certa idade olhava para o veículo e indagava.
Homem
--- Quem são? – Indagou.
Anciã:
--- Gente da cidade. – Relatou fumando o seu cachimbo
Dalva:
--- É a tua mãe? – A estacionar o veículo.
José:
--- Não. Essa é minha avó. – Disse mais.
Sorvetinho
--- É aqui que você mora? – Quis saber.
José:
--- Um pouco ao lado. – Respondeu
Logo ao saltar do veículo, com os pés queimando na areia fofa que nem brasa, Dalva foi de imediato cumprimentar os parentes do garoto José Patrício. O ajuntamento de crianças em torno de automóvel se fez presente. Um homem chegava da praia com a fileira de peixe de tamanho pequeno.
Pescador
--- Vai querer uns peixes? – Indagou sorrindo levando a fileira de peixes. 

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