domingo, 14 de junho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 13 -

- GAROTO NA PRAIA -
- 13 -
A PRAIA
O garoto ficou calado por certo instante talvez por não saber explicar a questão ou só ouvir falar dos efeitos da Lua nas ondas marinhas quando essa estava na vez de chamada Lua Cheia. Não combinação com o Sol, a Terra chamava a Lua e, isso, fazia com o qual se costuma falar é a força da lua. Até mesmo os animais sentem esses efeitos em sua visão, quando chega a noite cruel. Há que diga ser a Lua o mau dos loucos, bêbados e desnorteados. Em suas habitações, os homens sentem mais a aflição por parte da mulher quando a Lua é mais forte. A Lua Cheia, à noite com um temor do mar remoto. Dalva bem sabia disso tudo, pois concluíra seu curso de Astronomia, certa vez. E, assim, ficou intrigada com a alegação do garoto.
Dalva
--- A Lua não tem nada a ver com isso! – Relatou a mulher e esperou um pouco.
O garoto, desconfiado, com a cabeça levemente abaixada, olhou para Dalva por baixo da vista e alegou de outra vez e forma.
Garoto
--- Os cachorros rosnam quando a Lua vem para cima deles. – Falou meio inconsciente.
E a mulher ficou desnorteada com o que disse o menino.
Dalva
--- Cachorros? Só se for o seu. Ora! – Pontificou a mulher
Sorvetinho:
--- Verdade! Eu vejo! – Relatou a moça tomada de susto.
Dalva
--- Mas eles latem por outra coisa. E não por causa da Lua.- comentou a mulher
Garoto
--- E ficam malucos. Isso, sim. – Disse mais o menino
Dalva
--- Isso tem uma certa ligação. Há a possibilidade de cães e gatos sofrerem os efeitos da Lua. Mesmo assim os estudiosos estão a verificar o assunto. Malucos? Eu não posso afirmar, com certeza. - Disse a mulher a pensar.
Garoto
--- E a sereia? – Indagou.
Dalva
--- Sereia? O que tem a ver? – Perguntou um tanto com cisma
Garoto
--- Ela não canta? – Perguntou com dúvidas.
Dalva:
--- Isso é lenda. O navegante ouve música maravilhosa, melodia incrível e procurar ver, então. Mas não encontra[aa1]  nada. E diz ser a Sereia. É só. – Relatou a mulher.
Garoto
--- Meu avô viu uma sereia. Ela cantava. Foi. – Disse o garoto desconfiado
Dalva
--- Você já leu a Bíblia? – Perguntou a mulher
Garoto
--- Bíblia? Não. Também não sei ler. – Destacou.
Dalva
--- Há sim. Mas a Bíblia tem vários relatos. Por exemplo: Dilúvio, Criação do Homem, Deus, Moises. Tudo isso é lenda. Sabe o que é lenda? – Quis saber.
Garoto
--- Não senhora. - Respondeu
Dalva
--- Histórias. Por exemplo: Moises. Sabe quem foi Moises? – Perguntou de novo.
Garoto
--- Eu conheço Moises. É o homem que conserta bote. – Destacou[aa2]  com convicção.
Dalva
--- Não. Esse não. É outro. Aliás, ele nem existiu. Quem existiu foi outro homem. Seu nome era bem diferente. Agora, todo mundo chama de Moises. Sabe? Mas isso é lenda. Pura lenda. Quer dizer: invenções. Você já ouviu um tocador de viola? – Quis saber.
Garoto
--- Eu faço uma viola. Quer ver? – Indagou sorrindo.
Dalva
--- Não é preciso. Mas você sabe cantar?  Espere. Cante um pouco. – Prosseguiu com cautela.
E o garoto iniciou a cantoria apesar de não ter viola ao seu lado. Nem banjo e nem cavaquinho. Era ele só. Apenas só. E cantou uma embolada. Sem ter ao menos um toque para o acompanhar de certo. E logo após, o garoto se lembrou de uma cana de mamão. Foi até um mamoeiro e arranjou um talo. Então solfejou tendo largado a cantar e tocar como se toca uma flauta desafinada. Após uns breves acordes, o garoto sorriu sem mais falar.
Dalva ouviu o solo do garoto e, quando acabou, ela sorriu e aplaudiu de contente. Após um breve instante, o garoto falou
Garoto
--- E tem mais outras. Quer? – Perguntou o menino.
Dalva
--- Cante. Cante. Por favor. – Disse a mulher cheia de plena alegria.
O garoto, então, após solfejar, iniciou a cantoria em combinação com a dança e seus atentos requebrados. E dançou, e dançou até o solfejo cair de maduro com a dança dos pés. Após esse ritmado, o garoto sorriu e agradeceu por sua cantoria desajeitada. Uma salva de palmas por parte de Sorvetinho e Dalva Lopes eternizou o conteúdo do tempo.
Sorvetinho
--- Você já foi a Natal, meu garoto? – Sorriu a moça.
Garoto.
--- Nunca. Eu vendo tapioca, aqui, quando aparece alguém. – Respondeu com resignação
Sorvetinho:
--- Mas você pode ir qualquer dia. Pense nisso. – Dialogou.
Garoto
--- Vou pensar. Mas que vai cuidar daminha mãe? – Indagou cabisbaixo
Sorvetinho
--- Ela está doente de não se locomover? – Indagou.
Garoto
--- De o que? – Indagou para poder responder
Sorvetinho
--- Andar. Andar. Quero de ser. – e fez o gesto de quem anda com os próprios dedos das mãos.
Garoto
--- Bem. Eu não sei. Ela anda dentro de casa. A doença não deixa ela sair para a rua. Ela está muito mal. Qualquer dia ela morre. – Chorou o garoto sacudindo a sua flauta no mato
Dalva
--- Não seja pessimista. Ela vai curar de vez, meu garoto. – Respondeu a mulher abrandando o garoto
Sorvetinho:
--- Com é o seu nome? –Perguntou a moça para não desnortear o garoto.
Garoto
--- José. Meu nome? José. José Patrício. Esse nome. – Fez ver.




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