- AVIÃO DA FAB -
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AVIÕES -
A noite passou depressa
e José Afrânio pouco dormiu em um beliche pouco confortável após longa conversa
com os superiores da Base Aérea e ação a ser desenvolvida logo cedo da manhã do
novo dia. Amanda, ficou acordada por algum tempo, dormindo um pouco, quase as
quatro horas da madrugada. Às cinco horas ouviu-se o clarim despertar o pessoal
a entra de serviço naquela manhã de chuva intensa. O pessoal das aeronaves já
estava pronto para largar em poucos minutos. As instruções eram dadas a cada
um. O barulho dos motores zunia a todo instante. Os pilotos, já habituados,
colocavam seus capacetes os quais já contavam com os equipamentos de proteção
aos ouvidos. Fato normal. O barulho de aviões era intenso dia e noite com os
aparelhos aterrissando de decolando a toda hora. Na verdade, era um barulho
infernal principalmente para as pessoas estranhas ao serviço do aeroporto de
Natal. O roncar das naves era por demais ensurdecedor. Um militar chegou, de imediato, à cama onde
estava recostado o senhor José Afrânio e indagou:
Militar:
--- JÁ é mais
de cinco horas. O major Souza informa que dentro de instantes os pilotos
estarão prontos para a decolagem. – Relatou com firmeza.
Zequinha:
--- Está bem.
Eu estou pronto. Apenas me falta tomar uma caneca de café. – Relatou um pouco
zombando.
O Militar
sorriu e se pôs em marcha rumando para fora de onde viera. Amanda, descuidada,
indagou ao seu pai.
Amanda:
--- Agora? – Indagou
preocupada.
Zequinha:
--- Deve ser. O
avião está no fundo do mar. Bem no fundo. É impossível de se localizar. Só há um
meio: - relatou e calou.
Amanda:
--- Qual? Qual?
Qual? – Indagou desesperada.
Zequinha:
--- Só há um
meio! Sabe? E esse meio é perigoso! Alguém descer até lá. – Disse após
descansar da sua aflição. E retornou a falar do mesmo modo. – “Só há um meio”.
– E calou preocupado.
Os aparelhos
estavam prontos para alçar voo e o ancião José Afrânio, em sua banca juntou ao
Major Souza e demais autoridades militares estava nervoso por demais. Ela já
havia indagado aos superiores se tinha alguém que pudesse mergulhar para
identificar os destroços. E a reposta veio de outro oficial.
Oficial:
--- Isso seria
possível consultando a Base Naval. Porém é muito sigiloso. – Comentou.
Zequinha:
--- Já sei. Eu
não “apareço”. Apenas a Marinha. – Falou considerando sua condição.
Oficial:
---
Provavelmente. – Relatou.
Zequinha:
--- Alguém tem
que passar as informações. Eu fico de “fora”. Mesmo assim, um oficial da Base
diz o que eu informar. Eu não me importo. Agora: vai demorar um tempo longo. O
aparelho está entre rochas, no fundo do Oceano. Só se tendo o poder de observar
é que se pode saber. – Falou cheio de angustia.
Oficial:
--- Mas o
senhor está vendo o aparelho? – Indagou.
Zequinha:
--- Sim. Eu
vejo com nitidez. Apenas não sei dizer como está. Talvez esteja um pouco preso
pelas ferragens. É muito profundo o
local. – Relatou com certa impaciência.
Oficial
--- E o
aparelho está perto da costa do Estado? – Indagou em surdina.
Zequinha:
--- Espere um
instante. Deixe-me consultar quem pode ir até lá. – Aconselhou.
Oficial:
--- Quem? – Indagou
assustado.
E a demora foi
breve. O ancião José Afrânio comentou:
Zequinha:
--- Próximo ao arquipélago
São Pedro e São Paulo. Mas para o norte. O objeto se encontra em profundidade
muito longa. E apareceu boiando uns objetos de vestes de mulher. Bem pouco visível.
Um navio leva quatro dias para alcançar o local. Mas, um avião leva apenas
algumas horas. – Declarou.
Oficial
--- Como assim?
O piloto pode sobrevoar a área? E como se desce ao local? Mas: Fernando de
Noronha? O que diabo foi fazer esse avião em distância tão longa? – Reclamou com
ira.
Zequinha:
--- O que foi
fazer, eu não sei. Mas o aparelho está nesse local! – Comentou.
O oficial se
ausentou um pouco do ancião e procurou falar com o major Souza de esse senhor
estava girando bem. O major respondeu em breves palavras:
Major:
--- Siga o que
o homem está a ditar. – Falou ríspido.
E o Oficial
retornou. E então falou:
Oficial:
--- É assunto
da Marinha. Vamos verificar com os nossos pilotos. Eles podem ter avistado os
objetos em cima d’água. – Relatou nervoso.
Eugenio era um
operador de telegrafia e, de imediato, se acercou de Zequinha para lhe informar
um caso bem peculiar.
Eugenio:
--- O avião
saiu da rota devido a um temporal. Eu tenho um telegrama que o piloto mandou.
Ele pediu socorro. – E mostrou o telegrama ao ancião levando uma cópia do texto
ao Major Souza comprovando a informação.
O major leu e
releu o telegrama e confirmou:
Major
--- O avião
voava às cegas. Foi cair perto de Fernando de Noronha! – Afirmou confuso.
Oficial:
--- Como?
Fernando de Noronha? E ele se dirigia a Europa? – Perguntou enlouquecido.
Major:
--- Prossiga! –
Alertou o major ao falar ao oficial.
Oficial:
--- E melhor
chamar de imediato a Marinha! – Relatou sem esperança.
Eugenio:
--- Eu tenho a
confirmação de um piloto. Ele vislumbrou uma peça de roupa. – Afirmou.
Major:
--- Só uma?
Seria de alguém do aparelho? – Indagou com esperança.
Eugenio:
--- Eu pedir
que respondesse a mensagem e o piloto deu resposta. – Afirmou
Major
--- Então,
chame a Base Naval. Mantenha sigilo sobre o achado. Merda! – Falou bravo
Oficial
--- Senhor! O
Comando Naval de Natal! – Afirmou com certeza.
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